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Investigadas denúncias de tortura e castigos em convento argentino


Um promotor argentino abriu uma investigação e invadiu, nesta quinta-feira (25), um convento em que supostamente monjas de clausura estão sendo submetidas a torturas e humilhações, segundo denúncia de ex-internas em uma nota de jornal.

"A polícia entrou às seis da manhã de hoje (quinta-feira), e teve que fazer uso da força", afirmou o promotor Federico Uriburu em declarações à imprensa, ao confirmar a operação no convento das Carmelitas Descalças na cidade de Nogoyá, 370 km ao norte de Buenos Aires.

O funcionário judicial abriu a investigação após um artigo publicado na revista Análisis, em que é relatado que no convento "há castigos permanentes; é comum o uso do chicote e do cilício (elemento utilizado para tortura corporal em comunidades cristãs) para se autoflagelarem", entre outros castigos.

As denúncias foram feitas por ex-internas, "as quais tinham marcas físicas e psíquicas", afirmou.

"Tem a ver com situações contra a integridade física; investiga-se se há crimes de privação de liberdade", acrescentou o promotor.

No convento, onde vivem 20 adultas, foram encontrados "objetos, inúmeros cilícios e chicotes de 30 cm ou 40 cm, 14 de cada um", pontuou o promotor.

Segundo ele, durante a invasão, as monjas foram entrevistadas e concluiu-se que "estão lá por uma escolha de vida".

As monjas reconheceram o uso de cilícios e chicotes, disse o promotor, que investiga se elas se submetiam às práticas "por livre escolha ou costume".

"Há pessoas que estão lá dentro desde os 14 ou 20 anos e são pessoas de 35 ou 40 anos de idade", explicou.

Ignacio Patar, porta-voz do arcebispo da cidade de Paraná, em cuja jurisdição está o convento, afirmou que ainda que "para a linguagem social possa soar que sim (são usados elementos de castigo), na regra interna dos monastérios carmelitas, [esta] é a maneira da vida de disciplina".

"Nós acordamos com essa notícia pouco grata ao ver esta ação policial no monastério e cuja regra e funcionamento está regido pela Santa Sé", disse Patar.

Uriburi advertiu que "tudo o que é religioso tem que ser contextualizado em uma Argentina em estado de direito e onde essas práticas não estão permitidas".

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