“Taques não teve rigor com gasto; fez promessas e não cumpriu”
O ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD) afirmou que o governador Pedro Taques (PSD) não teve “coragem” de implementar regras rigorosas no gasto público e que fez uma série de promessas impossíveis de serem cumpridas em um mandato.
Em entrevista à rádio Capital FM na quarta-feira (18), o ex-aliado disse que essas são algumas das razões de ele caminhar para fechar aliança com o pré-candidato ao Governo Mauro Mendes (DEM).
“Ele se mostrou um procurador da República e um senador destemido, corajoso, mas não teve a mesma coragem de implementar rigor no gasto público. Não teve o rigor e a coragem de dizer não. Ele fez promessas que não seriam cumpridas para a população. Isso é muito ruim na política. Isso desgasta e eu não quero mais isso para Mato Grosso”, afirmou.
Entre as promessas, Fávaro citou que, desde 2015, Taques lançou 66 obras de infraestrutura na baixada cuiabana, que somam R$ 1 bilhão. Ele disse que fez críticas internas, mas que tentou ajudar o Executivo a concluir os trabalhos.
Segundo o ex-vice, suas críticas ficaram somente nos bastidores para que ele não fosse acusado de tentar desestabilizar o Governo.
“Quando eu via que estava prometendo aquilo que não era possível cumprir, eu não participava. Internamente, eu cobrava. Diziam que ele estava oferecendo demais, estava prometendo demais e não estava sendo criterioso no gasto público”, disse.
“Eu não fui aos lançamentos dessas 66 obras, porque não acreditava. Era impossível fazer 66 obras na baixada cuiabana e 3 anos de governo. É impossível. E eu falei internamente que ele estava prometendo o que não ia cumprir”, afirmou.
Sem crise
Por fim, o ex-aliado disse não ser possível culpar somente a crise econômica por conta das obras não realizadas.
Citou que de 2015 a 2018, a arrecadação do Estado passou de R$ 16 bilhões para R$ 25 bilhões.
“Essa história de dizer que estar na máquina pública é mais fácil para se reeleger é mentira. O que reelege é ter cumprido compromisso da campanha anterior. E quando chega esse momento de discutir o futuro, eu quero o melhor para Mato Grosso. Quero um governador que o que prometer, cumpra para a população”, completou.