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Com grandes rachaduras, canalização de córrego representa risco


As rachaduras ao longo do Córrego Mané Pinto, na Avenida Oito de Abril, estão ficando cada vez mais extensas e profundas, expondo o risco iminente de desabamento de partes da canalização.


Nesta semana, o MidiaNews percorreu o córrego, que passa pelos bairros do Porto, Verdão e Goiabeiras.


Cercados por lodo – em alguns pontos até com água parada – e com o mato alto, vários trechos estão com as laterais cedendo e prestes a desabar. As saliências são tão grandes que a sensação é de que um desabamento pode ocorrer a qualquer momento.


As calçadas também são outro problema. Em muitos pontos, elas se restringem a areia e são uma ameaça aos pedestres.


O mesmo acontece com as pequenas pontes sobre o córrego, com rachaduras visíveis na parte inferior. Em certo trecho de uma das pontes, parte do barranco está praticamente todo cedido.


Um comerciante da região, que não quis se identificar, disse que teme que o pior aconteça a qualquer momento. E criticou ainda a ausência de uma reforma, que, segundo ele, precisa ser feita com urgência.


“É preciso fazer alguma coisa porque isso aqui está horrível. Moro em Várzea Grande, mas quando venho pra cá fico pensando: ‘Está perigoso demais’. Nunca vi ninguém vir aqui. Ficam só falando, fazendo propaganda, mas aparecer aqui, onde está a ferida, ninguém aparece”, disse.


Já outra comerciante, que tem um bar na avenida, também criticou o descaso com o córrego, que além do risco de desabamento, também transmite um forte odor por conta dá água suja.


Problema antigo


A restauração do córrego Mané Pinto fazia parte do pacote de obras que seriam entregues até os jogos da Copa do Mundo de 2014, ainda na gestão do ex-governador Silval Barbosa, que foi preso em 2015 por corrupção, lavagem de dinheiro, dentre outros.


O projeto, orçado inicialmente em R$ 7 milhões, previa o melhoramento da mobilidade urbana no entorno da Arena Pantanal, palco dos principais Jogos. No entanto, após três anos, o local ficou como estava inicialmente.


Em junho deste ano, o Grupo Engeglobal, que foi contratada para fazer a revitalização do córrego e seu entorno, entrou com pedido de recuperação judicial. Antes mesmo já havia deixado a obra.


A empresa declarou um total de R$ 48,7 milhões em dívidas com 749 credores.


No pedido de recuperação judicial, a empresa se exime de culpa pelos atrasos e diz ter sido vítima de "projetos deficientes, inconsistentes e mal elaborados" que, ao longo da execução das obras, "abalaram a saúde da empresa".


Além de problemas relacionados aos projetos, o grupo cita outros 14 fatores que causaram o desequilíbrio. O excesso de aditivos, por exemplo, que teria obrigado as empresas a "a executarem serviços não previstos quando da contratação".


O atraso nos pagamentos das medições também foi mencionado. "(...) Um desses atrasos perdurou por quase 10 (dez) meses, e, assim mesmo, as obras não foram paralisadas, fato que gerou a inadimplência do grupo de encargos fiscais e previdenciários, que impediram o recebimento de recursos por serviços já prestados por conta das certidões positivas de débito", afirma.


Outro lado


A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Cidades do Estado (Secid) que informou que as obras estão paralisadas desde março deste ano, por conta do pedido de recuperação judicial da Engeglobal.


A secretaria relatou que ainda havia notificado a empresa para a retomada da conclusão dos trabalhos, porém não teve êxito.


De acordo com a pasta, o contrato sofreu mais um aditivo, mas sem impacto financeiro, de mais um ano, que termina no dia 31 deste mês.


O valor total do contrato final será de R$ 26,71 milhões e conforme a Secid, já está com 67,3% dos serviços concluídos.


“A obra em questão contempla a urbanização do canal do córrego Manoel Pinto, a implantação do coletor tronco, calçadas, cinco rotatórias nos cruzamentos da Avenida 8 de abril com as ruas: 13 de junho, Barão de Melgaço, Professor Ranulfo Paes de Barros, Senador Metelo, Tenente Thogo da Silva Pereira e mais um pontilhão para retorno à Rua Joaquim Murtinho. A comprimento total de obras é de 3,1 km”, diz trecho da nota.



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