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Projeto Água para o Futuro identifica 180 nascentes em Cuiabá


Cento e oitenta nascentes identificadas em Cuiabá. Este é o resultado do trabalho desenvolvido pelo Projeto Água para o Futuro, que há dois anos e meio vem atuando no sentido de identificar, preservar e recuperar as nascentes da Capital. Desenvolvido pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Instituto Ação Verde e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o projeto visa garantir a segurança hídrica e o abastecimento de água potável da maior cidade do Estado. A meta é salvar pelo menos um terço destas nascentes, já que muitas delas estão em estágio avançado de degradação.


O projeto conta com equipes técnicas formadas por geólogos, hidrogeólogos, engenheiros florestais, engenheiros sanitaristas, biólogos, especialistas em sensoriamento remoto, entre outros profissionais, que realizam trabalhos de campo, análises, pesquisas e atividades científicas diversas (identificação, caracterização, monitoramento, entre outros.) vinculadas ao projeto.


Cuiabá é um município privilegiado, que comporta um sistema superficial de abastecimento (fio d'água), não sendo necessária a construção de represas (lagos de inundação) para o abastecimento. No entanto, para que haja eficiência na oferta de água, é necessário que as nascentes e os corpos hídricos existentes no município estejam íntegros.


“Infelizmente apesar de dezenas de estudos mostrarem que a água é um bem finito a maioria das pessoas não acredita que vai ficar sem água. Por isso, queremos levar esta discussão para dentro dos lares cuiabanos, pois precisamos do envolvimento de todos. Se cada um fizer a sua parte, com certeza poderemos trabalhar para preservar e recuperar o que ainda resta. Desde que o projeto foi lançado 180 nascentes já foram identificadas. Talvez, com muito trabalho e envolvimento de todos, consigamos salvar um terço das nascentes de Cuiabá”, destacou o promotor de Justiça e coordenador do projeto Gerson Barbosa.


Além das equipes que realizam trabalho em campo, o projeto conta também com profissionais de diversas áreas da tecnologia para o armazenamento e processamento de dados geográficos, desenvolvimento do site e aplicativo para smartphone. Para monitoramento, inspeções, perícias, e confecção de mapas em alta definição a equipe conta com a utilização de Veículo Aéreo não Tripulado (VANT).


Quando uma possível nascente é descoberta, os técnicos do projeto vão até o local para avaliar se realmente se trata de um fio d´água. Após a localização a nascente é georreferenciada e as coordenadas são corrigidas por GPS e encaminhadas para um banco de dados geográficos.


Após a realização da perícia e constatação que se trata realmente de um afloramento natural e não de um vazamento de água, por exemplo, os proprietários da área onde a nascente foi identificada são notificados das restrições de uso e, nas situações em que as áreas estão alteradas, o MPE toma as medidas cabíveis de acordo com o caso, que pode ser um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou até mesmo uma ação.


Entre as 180 nascentes descobertas até agora pelo projeto, uma delas chama a atenção pelo inusitado. É o caso da já batizada “Fonte Azul”, uma nascente que faz parte das estatísticas do Projeto Água para o Futuro. O nascedouro está dentro de uma casa, mais precisamente no quarto da família da diarista Marisa Pereira da Cosa, 61 anos, localizado na rua Pimenta Bueno, no bairro Dom Aquino.


Da nascente brotam mais de 70 mil litros de água por dia. O nascedouro é cuidado pela família de Marisa - que utiliza a água para absolutamente tudo - há 12 anos.


Aplicativo – O Projeto Água para o Futuro conta, além da equipe, com a tecnologia como aliada na identificação de possíveis nascentes. Para isso, foi criado um aplicado, por meio do qual os usuários informam ao projeto a descoberta de nascedouros. Para ter acesso, o usuário deve utilizar o APP do smartphone e, na sequência, pesquisar projeto Água Para o Futuro e fazer o download do aplicativo. O objetivo do APP é identificar, monitorar, recuperar e preservar as nascentes urbanas.


No aplicativo, o usuário pode localizar os nascedouros; enviar nascentes ainda não mapeadas; participar do monitoramento das nascentes conhecidas enviando mensagens diretamente para o Água para o Futuro e obter mais informações sobre o projeto.


As informações enviadas pelas pessoas, por meio do aplicado, servem de ponto de partida para a equipe técnica iniciar o trabalho de monitoramento e comprovação das novas fontes de água. Apesar das evidências, o coordenador do projeto explica que é necessária a realização de vistoria em campo. O monitoramento se estende por aproximadamente um ano, já que várias questões técnicas são consideradas. “Mesmo antes da confirmação final, as nascentes comunicadas já são monitoradas, inclusive por drones, buscando a sua preservação”, explica o promotor de Justiça.


Concurso de redação – Para que o projeto envolva e sensibilize o maior número de pessoas possíveis, o Água para o Futuro lançou no mês de julho/2018 um concurso de redação, frases/desenhos e vídeos, para os estudantes da rede municipal de ensino de Cuiabá. O objetivo é fomentar entre as crianças, jovens e adultos a importância de preservar e recuperar as nascentes da Capital.


O concurso faz parte de uma parceria entre o Ministério Público Estadual, por meio da 17ª Promotoria de Justiça de Defesa Ambiental, da Ordem Urbanística e do Patrimônio Cultural de Cuiabá, TV Centro América, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e o Instituto Ação Verde, que vai premiar alunos que se destacarem no concurso.


Ao todo, estudantes de 89 escolas da rede municipal de ensino podem aderir e participar do concurso. Poderão se inscrever alunos matriculados no ensino fundamental e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Participarão do concurso de desenho estudantes do 1ª ciclo, de vídeo os do 2ª ciclo e EJA e do concurso de redação os estudantes do 3ª ciclo.


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